um pouco do que me interessa
segunda-feira, 19 de julho de 2010
imagens dizem tudo
lendo na casa de um amigo
uma das coisas que conseguiu me tocar no doce do meu peito
pensei que já nem existia mais açúcar
Solitária. Vazia. No 51, quinto. Penso muito, muito mesmo. E falo demais às vezes. Coisas que as pessoas se cansam de ouvir. Falo, falo, falo. Sobre fotossíntese, cloroplastos, trifosfato de adenosina. Ou sobre as cidades da Turquia, as marcas de celulares. Outras vezes, fecho a boca. Zíper. Passo seis, sete, oito horas sem dizer nada. Nove, dez, onze. Sem dizer nada. Doze, treze. As pessoas também se cansam de quem permanece mudo. Catorze, quinze, dezesseis. Por isso, a solidão. A minha solidão.
Você gostaria de arranjar um namorado?
Gostaria, gostaria... Ue airidolpxe ed edadicilef.
Ah, me avisaram que você constroi frases usando as palavras na ordem inversa.
Construo. Desenvolvi a linguagem com minha terapeuta. Não me pergunte a razão. Nem sempre existem razões, motivos, fundamentos, justificativas. Oiedo racilpxe o euq é levácilpxeni. (Interrompe o discurso abruptamente e, mirando um ponto fixo, enrijece o corpo. Mantém o braço direito esticado, como se pretendesse alcançar algo numa prateleira alta. Depois de três minutos, relaxa.) Namorado... Gostaria, gostaria... Para passear, jantar, almoçar, tomar café. Beijar, não. Abraçar, não. Dói. Incomoda. Prefiro que não encostem em mim. Que não me afoguem, asfixiem, prendam, sufoquem. Se necessito de abraços, recorro à máquina que meu tio Júlio inventou.
A tal máquina de abraçar?
Sim, a tal máquina de abraçar. A tal... Istambul, Nokia... A tal... Esmirna, LG, Ancara, Samsung... Máquina... De abraçar... Entro nela e aperto os botões. Quatro pressões leves do equipamento em meus ombros, quatro distensões. Quatro, quatro. Pressões e distensões. Um abraço mecânico, isento de riscos.
Você já amou?
Amar? Não. Amar, não. Uma vez me descreveram o amor. Coração pulsante, coração selvagem, coração aflito. Deve ser assombroso o amor. Bom? Ruim? Quente? Frio? Assombroso... Também me contaram que, em certos momentos, o amor faz chorar. Uma chuvinha fina...
Ou grossa. Depende...
Depende. De qualquer modo, o amor chove. Foi o que me contaram. Não chove?
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Um comentário:
Chove sim .
Mas quase sempre a gente quer se molhar... Banho de amor é cíclico, pode-se suportar.
Se amor é bom ou não, sei lá ...
Nunca aprendi e nem quero tentar, prefiro comer chocolate branco, sem mastigar.
Gostei das cores do blog, mudanças inspiram esperanças, será que vc vai entrar na chuva?
gosto muito de te ler, vc me faz pensar. Valeuuu outra vez .
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