um pouco do que me interessa

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lux



Lux eles não voltam
e não vão pular a janela para vê-la

Lux acordou deitada na grama
do estádio


Acordo sempre Lux Lisbon
sempre com a sensação de querer por
uma das mãos para fora do carro
para sentir o vento na pele

sempre vou e volto
com a sensação
de um saco cheio de ar
frágil
a ponto de estourar

sinto um tremendo desapontamento

senti vontade de mandar-te uma carta através do meu mar
e dos meus peixes
pergunto-me como se fosse minha própria cigana
se estou fazendo o correto

sinto dores infantis sobre as coisas que não entendo
volto aos 6 anos me escondendo atrás da cortina da sala
medo destas imprevisibilidades
a minha mão presa ao peito
na hora de respostas fatídicas
fiquei ali
naquela pose
e ela estancou
estou em estado de choque
misturada a uma alegria de balões coloridos
certos anjos me deram presente por ser vampira
uma criança me pega pela perna
e lembra dos meus pés no palco
senti uma felicidade
ali está a real função de existir
mas o que é um número x de pessoas
numa sala
decidindo
se sou boa ou ruim?
quanto isso agora me afeta?
influência
tanto no meu peito
e sentimentos

estou em embaralhamento

esperando uma grande surpresa
do destino
deste traçar das linhas das mãos

revendo o álbum de afetos
riscando com a canetinha números da lista
querendo o que não posso

suando
tentando

escuto-me
e não gosto tanto do que digo


penso
na não continuidade dos beijos (você não é tão bela,pois não é um cisne)
penso no livro não entregue(descaso)
dos vídeos que não podem ser mandados(você precisa de áçucar)
das coisas que escapam(dia 17)
das bebidas que não mergulho mais
da mão que tocou minhas costas e o vestido azul na saída
do vestido azul não notado
nos telefonemas e emails sem consolo
do verão que me incomoda
dos fantasmas que sumiram
dos dezembros que sempre se tem perdas


eu permito que
fechem meu parque de diversões

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