um pouco do que me interessa

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

TEMPO



eu festejo a arte em mim


tempo de aprendizados
tempo de amadurecimento
tempo de entrar para dentro
tempo do não expor
tempo de xpor o que se deve
tempo de reprimir
tempo de aflorar
tempo de descobrir
tempo do tempo
tempo da pressa
tempo desejoso de mais tempo
tempo de dormir pouco
tempo de estar sem voz
tempo de por voz para fora
tempo de se limpar
tempo de não se sujar
tempo de saudades únicas e não passageiras
tempo de não esquecer
tempo necessário para esquecer
tempo das horas
tempo da cena
tempo do não amor
tempo da paixão não consumada

tempo que me encontro movida pelos ponteiros do relógio
tempo que me movo somente para minha arte
tempo que me movo para meu novo mundo desconhecido
com um punhado de areia de medo nas mãos
medo de ser um nome próprio
eu como Camila
no meu apÊ sozinha
será que terei mais solidão do que o aquário que me encontro?
dizem que sabemos que a felicidade é passageira e percebemos quando ela passa por nós
a felicidade me fez visita
me visita todas as noites
quando grito naquele espaço
quando minha voz ecoa a usina
quando ecoa pelo céu
quando ela adentra o peito das pessoas
quando minha mão consegue te tocar
quando entro em comunhão com meus colegas
com minhas dores
com minha entrega
quando me entrego à alguém que desconheço
desconheço esta mulher forte do espelho com uma colher da mão
e esse desocnhecer me fascina
e me faz sorri por dentro ao sair de lá
tenho certezas
tenhos medos gostosos
me alimento de palmas
me alimento de olhares
e eu toda noite
convido alguém para me olhar bem no fundo dos olhos
e dou a mão para alguém que escolho
e dou rosas velhas cheias de minha vida
e danço com minha sapatilha sozinha
e danço com roxos no corpo
amo eu começo a amar
e fogos de artíficio percorrem meu coração
tamanha felicidade de conceber algo
e no meio deste nascer
desta coisa nova
de tudo novo que vem à tona
eu choro todo dia por dentro
por que sinto falta de tantas coisas
e reprimo tantas
e me convenço
que tudo tem seu tempo
e que a visita da felicidade só pode ,me trazer agora isto
e eu me agarro nisso com as mãos pequenas
Todos dias acordo com olhos queimando
pego meu mesmo modo de condução
abro portas
carrego chaves
ligo máquinas
ligo luzes
me ínto
leio jornais
leio revistas
atendo
anoto
digo o nome de filme todo dia
e vivo sempre num filme
lá não há piano
não há beijos
há pessoas em busca de ser ouvido
sim as pessoas usam aquele espaço para renovar ego,para se gostar e ser ouvido
corte,pinte,lave e me faça feliz por um momento
aprendo cada dia
o tempo passa
eu me pego pensando no que não devia
no que já está distante de mim
que está próximo na caixa da lembrança
ele está vivo
e isso me magoa
Estou desacreditada nos afetos
estou ficando saudosista como os velhos
Hoje vi uma velha senhora chorar
e senti pena
Hoje vi brilho nos olhos de uma menina da caixa do supermercado ao suspirar pelo amor proibido.Ela suspirava pelo homem das frutas.Eu achei seu suspiro triste e apaixonado.
Eu amadureci coisas durante este tempo
Eu ouço queixas,desabafos,dores,amores dos outros
Eu tranco meu coração com cadeado
Eu sinto que não devia
Eu esqueço o que não devia
Eu estou a um passo de começar do zero


Tanta coisa para dizer
eu ando sumida
eu ando tentando me encontrar

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