um pouco do que me interessa

domingo, 11 de abril de 2010

Para os anjos



estrada
violão com acordes de leãozinho do caetano
o coração fica leve ao por malas nas mãos
mundo,mundo ai vou eu
mesmo que perto
eu com mania de fugir
de querer sair feito pássaro
para ver e dizer que bonito e feio há no mundo
dois
três dias fora daqui e chovo
por que sinto saudade de algo que me faz falta
sorrio até doer as bochechas
casa fechada
flores dormindo e murchando
celular solto na mesa
e os pés em outro céu
deixei coração longe
nada para ser lembrado
nada para se ter imensa saudade
eu :uma criança que se pergunta
por que?por que?
as perguntas sem resposta pequena
atriz com dúvidas
entrega descabida
o solo sendo duro demais
a volta a cidades sofridas
as cidades das lembranças
um gosto de renovação
mudança
mas algo insiste em ficar feito chiclete no meu tênis sonho


não tenho uma dor tão grande
mas a tela da tv passa tanta dor
que ela me alcança
e vivo a dor dos outros
respinga em mim
e me sinto um pouco humana
por saber que ainda sinto compaixão
pena ou uma certa solidariedade

e pus os pequenos olhos no cão que saia dos escombros
vibrei pela vida
e isso parece piegas festejar a vida
o velho de olhos bem vividos
senti uma dor tão grande naquela mesa
naquele caos de corpos
na cidade baixa de risos
entrei na casa e chorei pelo mundo
meus braços em torno do mundo em destroços
escutando as horas
hoje vi que a vida é curta
uma reza bem forte
em qualquer crença que tenha neste momento

um pedido bem bonito e doce faço
mentalizei
e joguei ao céu
pousa luz azul na garganta
anjo deita comigo no travesseiro
lembrei da borboleta azul,do cão de patas cruzadas,da casa verde antiga,de como cúe é lindo,nuvens,do carro que passa pela estrada,dos risos,banhso quentes,mesa cheia,jovens numa praça tomando creveja,sonhos ,dúvidas,em busca....
dentroaquela saudade que não ia embora por mais que o tempo passasse e dentro dele, mesmo sem lembrar, apenas agindo, todos os dias eu acordava e tomava banho, escovava os dentes e fazia todas essas coisas rotineiras, igual a alguém que aos trancos, mecanicamente, continua a viver mesmo depois de ter perdido uma perna ou um braço que, embora ausentes, ainda doem - sem poder evitar, inesperadamente, sem querer evitar, outra vez lembrei de Pedro."

Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza."

''Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será."


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