um pouco do que me interessa

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Natal?



Um Natal que passou em branco.
Deitei sobre o edredom pesadamente,pus o corpo para descansar e alma para sonhar.
Ouvi os fogos de artifício da rua e pedi para esquecer que era uma data festiva
O telefone não tocou.
Nenhum milagre aconteceu
Nenhuma cena cinematográfica aconteceu
Deitei no sofá e assisti ao filme que de repente começava:"A dupla vida de Veronik"
Não consegui assistir por completo,os olhos estavam pesados ou eu que queria que a noite acabasse cedo?

Acordei com vontade de trocar de lar
Acordei com vontade de ser sempre a Fernanda que gosto, não a que se adapta aos outros
Acordei com vontade de dizer algo realmente valioso para as crianças.
De respirar alegria de outros.
De acordar com afagos ao meu lado.
De cuidar de alguém e saber suas coisas.
De escutar música boa e olhar o sol de outra janela.
De tocar piano com Martin e cantar desafinado,mas com verdade.
De escrever coisas para a pessoa errada no momento,mas pelo menos ter o alivio que enviei,que obtive a coragem que eu não tenho mais.Ou será que amadureci e vi que não vale à pena.
Eu que corria sempre atrás ,me fecho para a busca ,para o retorno.
Gostaria de deixar o meu "eu" burro de lado.

Poderia ter saído hoje para ver a rua,mas minha impotência diante das palavras duras da mãe me impossiblitaram disso.
E como se palavras fortes, me impedissem de sair do lugar.
As palavras caem como uma chuva pesada sobre o corpo,aquelas que machucam,que nem um guarda - chuva consegue te proteger.
Ouvi sobre meus desamores...isso doeu.

Sempre quando bato a porta da casa ouço:JÁ VAI FUGIR? Talvez não fugi hoje,porque fugas já bastam em minha vida,vindas de outras pessoas.
Às vezes dá vontade de dizer ao amor que começa:eeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiii não fuja!Mas a gente não pode segurar passáros que querem voar.A gente tenta entender seus vôos , seus vôos errados e inconstantes.
Sinto que no últimos tempos convidei para vôos tranquilos,mas contei até 10 sozinha
1,2,3,4,5,6,,7,8,9,e 10...olhei para o lado e nada tinha.
As pessoas têm medo de voar.

Chorei me olhando no espelho ao escovar os dentes.(pode ser dramática a cena,mas como me disseram TUA VIDA É CINEMATOGRÁFICA) deve ser,liguem a câmera e gravem.
Estou sem respostas para as coisas.

Carrego uma dor roxa no peito,mas sigo com uma esperança chegando ao lilás.

Queria eu caminhar na Paulista e levar-te para comer doces.Mostrar meu mundo que espanca docemente.

Gostaria de cuidar e ser cuidada.(não quem não possa me mover sem alguém na vida,mas tão bonito ter alguém do teu lado)por que todo mundo quer amor.
Gostaria de mudar e não mudar "alguém" que aparecerá
Gostaria de dedicar textos do Caio e fazer tu rir
Gostaria de dizer:sim ,vamos!

Se Papai Noel batasse à minha porta diria:
Que abençoasse e protegesse as estrelas que estão em minha vida e que me desse algo bem doce com momentos amargos,mas ficaria feliz em tê-lo.
Por que sabe...lá no fundo eu acho que sou uma garota excelente...pena que têm pessoas que não enxergam isso.

Darei uma lupa ao amor...

Um nó na garganta,uma esperança que chega a ser boba,uma desesperança que beira ao cinza,uma saudade se apagando...

Me disseram relaxa...só o tempo....
Mas esse tempo tá sendo cruel...como diria uma frase:eu acho que a vida tá passando a perna em mim.

Textos de Caio alimentando a alma com esperanças...
Tenho um dragão que mora comigo.
Estou me confundindo, estou me dispersando.
Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.
Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar - que seja doce.
Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.


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