um pouco do que me interessa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Notícias de uma Ofélia

ps:indico filmes.assista e entenda por que os indico:
*Sunset boulevard(diva)
*La teta asustada(sem palavras)
*500 days of summer(tapa na cara,trilha sonora perfeita)
*Antichrist(foda!)
*Medea (Lars Von Trier)lindissimo!!!

Creio que mamãe passou através do leite materno:o medo
Queria pegar hoje seus pequenos dedos ,com o peso dos 60 anos e escrever uma coisa bonita pra mim
Tirar o peso dos seus olhos que foram passados para os meus
Do leite foi crescendo a garota bailarina com suas mãos agarradas forte ao pescoço do pai
Garota que junta as perólas no chão, da tiara quebrada na infância...o mundo de princesa que desmorona
Eu,a garota bomba.Invado teu apê em pensamentos e explodo tua morada
Tudo vira cinza
Eu não morro
SÓ fica aquele pó da cinza no meu corpo e eu sorrindo em estado de libertação
Empurrei o teclado pela janela do 8 andar
Mas ele ainda toca a canção, mesmo quebrado
E preenche o centro da cidade
Todos em volta do teclado que toca sozinho
Eu com seus pedaços quebrados no chão
Eu com minha pequena roupa de bailarina transparente
Com meus pequenos sapatos vermelhos e o cabelo molhado da chuva
Pus pequenos pedaços de algodão nos ouvidos para não escutar mais nada
Os retiro à noite para escutar o canto das sereias ao me fazerem dormir
Abraço as fadas que norteiam minha cama
Deixo um pouco dos meus desejos impregnados nas pantufas que se perdem embaixo da cama
Caio em sono em cima dos livros
O quarto é tomado de papéis cheios de rabiscos
A Electra contida, ainda não me visita
Olho para o grande espelho do quarto e repito:não amas
O espelho se faz claro
A verdade é plantada e fincada por minha própria mão na garganta
Queres notícias minhas?
Tu que dizes se perder em ônibus e creio que nem sabe dos teus sentimentos.Sentimentos que colocaste em carência que existe.
Então te invento um mundo se quiseres
Minto ou desminto
Por que o que é real?
o que se vive de real?
o que não se tem preço de estar fazendo?
Imagine que vivo nas nuvens
Que repouso lá quando a dor é grande
Qu me perco em líquidos
E me escorro em grandes pontos de interrogações
Que preencho meus olhos de arte todo dia
Que falo de filosofia odiando esta
Que sinto medo do encontro ,do olhar no centro carregando sacolas de supermercado e agradeço pelo encontro que nunca terei
Encontro com dores são desnecessários
Estranhas palavras ditas aqui
Uma obsessividade em escrever do amor que digo sentir
Mas o abandono estampado e a farsa vivida é mais forte.Ela ressoa em meus ouvidos,ela me puxa pelos cabelos e sinto uma espécie de vômito ao pensar ser plástico,passageiro,ser usada,ser mais uma foto no computador ou mais uma deletada e posta na lixeira.Mais uma de pernas abertas numa cama.Isso me parece asqueroso.
Ponham orquídeas na porta da minha casa
Cresçam e não me escrevam que se arrependem.O que foi dito ,foi dito.
Não digam que sou cruel

Caio me explica melhor...não que isso tudo seja real
Mas o que é real?
Eu que achava que vivia numa tragédia.Não sou heróina de nada,Os deuses não conspiraram contra.Foi apenas o romantismo e o meu melodrama.Eu com minha pequena faca,nem força para carregar a grande espada das tragédias.Era eu lutando contra um troiano de espada ,cheio de filosofia.Eu nos tempos de Shakespeare, com minhas flores de Ofélia me afundando no aquário
Com o tempo meu corpo vai secar
Com o tempo este rio seca ,Ofélia
E ainda terás ornamentado em teus cabelos :as flores do amor.
Eu não preciso que ele me transforme em uma dama da noite com seu veneno
Suje outros corpos
eu não faço isso


eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.


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