um pouco do que me interessa

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Great scape...os olhos não olharam


A grande fuga
Mau dia,
Procurando por um caminho para casa,
Procurando a grande fuga
Entra em seu carro e dirige por aí
Longe de todas as coisas que somos


Acordo com o penar das portuguesas
me porto no trabalho como uma brasileira
sonho romanticamente como os parisienses
come como os italianos

algumas gaivotas me carregam de manhã
eu me olho no espelho todos dias
eu não sei que estado me encontro por dentro
o raio x está quebrado
sinto que carrego
nos ombros
uma cadeira de balanço
meus pensamentos agarrados aos pés como pantufas
há verão lá fora
calor suficiente na rua
para me irritar
um céu acizentado em mim
e fico lá
tecendo algo nas mãos
carregada de lembranças
eu queria que tudo isso amenizasse
eu não consigo me amenizar sozinha

Não há mais dopamina em relação a outro
não há borboletas no estômago
não há mais táxis que não sejam destino:casa
Não há galáxias dentro do meu cérebro
Não suo mais
Fria diante de propostas
Despreparada?
Ou simplesmente presa ao que criei?
Tímida para as coisas
Meu corpo e coração explodem pela arte
Certezas sobre arte em meio a tantos medos
e a arte não morre em mim
Respiro o palco
me encho das palmas
abraço os colegas imaginariamente
devido a minha falta de coragem nos braços

sinto
que pus meus 26 anos num potinho de laboratório
e estou observando atentamente

coração em trânsito congestionado
os carros buzinam
eu insisto em por o mesmo cd no carro
e repito a mesma canção de saudade
nenhum guarda me ajudo
a transformar o caos em solução
eu estou brigando com o azulzinho para não sair do meu mundinho
eu não abaixo o vidro do carro à ninguém
sinto que de vez em quando meus pés
ficam molhados
olho para o chão
e sinto que desaguo
um desaguar escondido
que meu coração tem uma buzina grave
quer reclamar
coração picadeiro de circo abandonado pelo público
palhaço que fica ali
ainda lembrando do riso das crianças
caminho pela casa
com o meu cão pequeno ao colo
seu coração é um dos mais doces que conheço

escrito na bilheteria de um teatro

Ela
a escadaria de inverno
Ela
que tantas vezes passou ali
Ela que olha nas frestas da janela vermelha
e não te avista
E por que deveria um dia de avistar?
Ela e sua escadaria de placa "Inverno"
Lembrou de duas mãos que se entrelaçaram
Lembrou que ele levou ela paar rotina de seus domingos
Aquela escadaria ficou hoje com tua espera
espera que não tem solução
Escrevo no teatro
teatro que carrega o meu recostar no teu ombro
Eu recostei meu pequeno rosto,com meu grande afeto no teu ombro
e recebi um sim com teu braço em volta da minha cintura

Como te lembro
e nada vem ao esquecimento
como quero ser esquecimento
e quanto mais corro
na vida circo que vivo
mais eu lembro
Eu a garota de unhas azuis
Meus olhos pesados de uma falsa maquiagem
Sinto buracos
Intuição contaminada
E eis que olho para frente
e tu e teus amigos
e deparo com teu riso
e me jogo para meu fundo
e recorro ao aquário e enfio a cara lá
pulo assustada como sereia
tremendo de medo
de ver tua mão entrelaçada em outro grande afeto
Como este teatro parece vazio
Nada vem ao corredor
Apenas pessoas com notas de dinheiro para rir um pouco.
Me deparo com um vidro à frente
Me vejo patética
pelos sentimentos
Platônica
inebriada por algo que já deveria ter passado efeitos
Poderíamos estar nas poltronas vermelhas
tomando cerveja
e falando de tudo
Não estamos
Um velho me olhou
seus olhos brilhavam
Contou -me da guerra,dos amores e de como sou bonita
Gostava dos teus olhos brilhando
queria que falasses comigo como o velho
O velho disse que ele era muito saudosista e desatava a falar
Eu penso:que resta pra mim?
Eu já sou velha então por ansiedade?



sabe de uma coisa
obrigada teatro e vida ,que mesmo doendo às vezes
tudo é amadurecência.





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