um pouco do que me interessa

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ofélias...sentir todas as coisas




Vazio do dia, perdida no sonho.

O dia começou naquela sala.O sol lindo vindo da janela, levando todos a rodar.
Vestidos de saias como se fossêmos todos iguais,mas cada um com a sua cor.
Fui vestida de cinza,um pouco de pó que cai das coisas que se queimaram aqui dentro.
Girar.Me perder.Esquecer.Sentir-se plena.Sentir.Ancestrais.Pés.Extâse.Sorrir.Ser nada.Sou nada.Nunca foi tão bom não ser nada.

Morrer.Começar pelos pés.Dança das Ofélias.Alfredo me faz falta!(Alfredo pseudônimo do meu afeto).Gritei(Senhor!).Senti todas as dores(sentir TODAS AS COISAS),ri da morte,rimos da morte.Encontro com minha nova parceira de cena.
Descobrir e esquecer nesta sala sagrada, onde dancei meu alfabeto,meu afeto e minhas palavras.

Criando uma Sarah kanne,um cinco minutos antes da tempestade ,uma mulher de vermelho,uma garota que joga com a morte,uma Violett falando do amor que chega tarde.Todos nessa mistura são Petit.

Gritei meu amor trancado.Chorei.Abracei e segui,mesmo sabendo dos teus passos.
Pina Baush inspiração para a alma.
Signos revelados no ônibus.Dualista no signo e no ascendente.Qual lua sou?Meu mapa é tão embaralhado, como a gama de sentimentos que se passam neste corpo.
Por que tuas relações acabam?Por que tantas coisas?

Entrei uma sai outra.

Tomada por Ofélia.Afogando-se no meu aquário.
Abraço o teatro.Abraço o espaço .

"Eu sou Ofélia. Aquela que o rio não conservou. A mulher na forca. A mulher com as veias cortadas. A mulher com excesso de dose SOBRE OS LÁBIOS NEVE a mulher com a cabeça no fogão a gás. Ontem deixei de me matar. Estou só com meus seios, minhas coxas, meu ventre. Rebento os instrumentos do meu cativeiro - a cadeira, a mesa, a cama. Destruo o campo de batalha que foi o meu lar. Escancaro as portas para que o vento possa entrar e o grito do mundo. Despedaço a janela. Com as mãos sangrando rasgo as fotografias dos homens que amei e que se serviram de mim na cama, mesa, na cadeira, no chão. Toco fogo na minha prisão. Atiro minhas roupas no fogo. Exumo do meu peito o relógio que foi o meu coração. Vou para a rua, vestida em meu sangue."

Pensei hoje como de costume..."Odiei as palavras e as amei,
e espero tê-las usado direito."

ps:trilha do dia "Crazy" (Patsy Cline)

Texto escolhido...perfeito.Adeus MEU passado
Chorando num cantinho de tão lindo

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